Cade aprova fusão entre Sadia e Perdigão

  Mais de dois anos depois do anúncio, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão responsável por regular o mercado, aprovou a fusão da Sadia com a Perdigão. Foram quatro votos a um. Mas pra estimular a concorrência, a operação terá restrições.
O Cade já deu o recado: agora será assim. “Essa aprovação não sairá e não saiu sem restrição. Em outros desse montante também passarão pelo mesmo percurso porque são fusões muito grandes para a escala dos mercados onde elas atuam”, informa o conselheiro do Cade, Ricardo Ruiz.
Pela decisão do Cade, a Brasil Foods terá que vender 12 marcas, entre elas, de margarina, frangos, presunto e hambúrguer, oito centros de distribuição e terá que vender, ainda, um bloco que inclui granjas, incubadoras de aves, abatedouros e fábricas a um único comprador.
Essa estrutura é capaz de produzir 730 mil toneladas de alimentos por ano, o que equivale a 80% da capacidade produtiva da Perdigão antes da fusão.
“O conceito do que o Cade buscou foi criar um rival efetivo e abrir espaço para esse rival se estabelecer. Tem uma dinâmica concorrencial que a gente vai ter que aprender a lidar”, diz o presidente da Brasil Foods, José Antônio Fay.
Por um período que varia de três a cinco anos, a Brasil Foods não pode mais vender produtos como presunto cozido, apresuntado, salames, lasanhas, pizzas congeladas e quibes com as marcas Perdigão e Batavo.
Se a empresa descumprir as regras, o Cade pode aplicar multas de R$ 50 mil por dia, e até anular a fusão.
Segundo a Brasil Foods, este ano não muda nada, só no ano que vem. Perdigão e Batavo vão continuar no mercado, mas apenas com os produtos que não estão no acordo com o Cade.
Para o consultor de varejo, Eugênio Foganholo, a decisão do Cade é uma boa notícia pro consumidor porque estimula a concorrência.
“O concorrentes vão ter melhor condição de competição no mercado e certamente serão favorecidos no aumento e ganho de participação de mercado a partir de agora. Certamente com a competição preservada, o preços pelo menos deverão continuar estáveis a partir de agora”.
   

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