Sobraram insinuações entre a presidente da Casa Plínio Amorim, vereadora Maria Elena (PSB), e seus colegas Alvorlande Cruz(PTC) e Osinaldo Souza (PP), na sessão de ontem (10)

 


Sobraram insinuações entre a presidente da Casa Plínio Amorim, vereadora Maria Elena (PSB), e seus colegas Alvorlande Cruz(PTC) e Osinaldo Souza (PP), na sessão de ontem (10) por conta do projeto nº 081/2010, de autoria do Executivo Municipal, que prevê a criação e funcionamento de uma Câmara de Conciliação para pagamento de precatórios (dívidas judiciais) da prefeitura junto a várias empresas locais.
Osinaldo, que é relator da Comissão de Finanças, não gostou de ver o projeto retirado de pauta pela presidente Maria Elena, já que que tinha apresentado ainda ontem um substitutivo pelo qual resolveria o problema de todas as empresas credoras da prefeitura. Apenas uma, a CM Machado, cuja dívida passa dos R$ 30 milhões, ficaria limitada a receber 10% desse valor, através de precatórios. O vereador alegou não ter recebido ainda as informações da empresa sobre os serviços que prestou ao município.
Presidente da Comissão de Finanças, Alvorlande – que referendou o substitutivo de Osinaldo – chegou a discutir com a presidente durante a sessão devido à retirada do projeto. Logo em seguida, decidiu deixar o plenário da Casa. Osinaldo fez o mesmo. A revolta dos dois vereadores também foi motivada por uma medida tomada por Maria Elena, que decidiu criar uma comissão especial e destituir a de Finanças. Para Alvorlande e Osinaldo, a decisão foi arbitrária e inédita, porque são as comissões permanentes as responsáveis por fiscalizar a gestão da presidente da Casa.
Osinaldo chegou a atribuir de “estranha” a atitude de Maria Elena, mas preferiu evitar comentários de que estaria cedendo a lobbies da CM Machado ou da prefeitura. Alvorlande reforçou dizendo que ela não é “dona do poder”, deixando subtendido que pode ser destituída da presidência.
Já a presidente da Casa rebateu as críticas. Em tom de desabafo, Maria Elena afirmou que se houve manobras, foi por parte dos dois vereadores. Ela conta que um dia antes da votação, Osinaldo deu-lhe a palavra de que daria seu parecer ao projeto, independente de Alvorlande. Mas se disse surpreendida ao tomar conhecimento, pelo diretor de controle interno da Câmara, Afonso Ferreira, de que Osinaldo o tinha procurado à noite e informado de que não daria seu parecer.
Maria Elena acusou os vereadores de não cumprirem o prazo regimental, o qual já tinha sido cobrado por ela. Ontem, a vereadora perdeu de vez a paciência, depois de, em menos de uma hora, ver o projeto receber dois pareceres (um positivo e outro contrário), uma emenda e um substitutivo. “Eu disse: estão brincando”, alfinetou.
A vereadora disse ainda que os vereadores, antes de tomarem suas decisões, sempre tentam “um plano A, B ou C”. A presidente aproveitou para negar que teve qualquer contato antes da sessão com o secretário de Governo, Kleber Araújo, embora tenha ratificado que ele está no seu papel de articulador, e garantiu que a decisão de criar a comissão especial tem respaldo no artigo 46, inciso 4º e 5º do Regimento Interno da Casa. “Defenderei sempre o diálogo, mas tomei a decisão para mostrar comando”, concluiu.

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