A energia pré-paga deve vigorar no país
no primeiro semestre de 2013. Mas os órgãos e institutos de defesa do
consumidor acreditam que essa modalidade deixará parte da população mais
vulnerável em situação de risco devido ao corte imediato do serviço ao
término do crédito. O sistema funciona de forma semelhante a outros do
gênero. A recarga poderá ser feita por telefone, internet e nos postos
de recarga. Haverá um valor mínimo, de 1 Kwh, com custo de R$ 0,50, mas
não existe um limite para a recarga, que também não terá validade.
O consumo vai ser medido por um aparelho
na residência. Quando os créditos estiverem perto do fim, um sinal
sonoro e visual do aparelho vai alertar o consumidor a fazer a nova
recarga.
Para as concessionárias de energia, as
vantagens são as reduções da inadimplência, dos gastos com mão de obra
na medição, dos custos com a emissão de contas e do número de
reclamações por suspensão e faturamento incorretos. Os consumidores
teriam mais controle do consumo e não vão pagar a tarifa básica de
energia. Esse tipo de modalidade de fornecimento deve ter como clientes
pessoas com renda irregular ou inadimplentes com as concessionárias,
estimam os especialistas.
O corte imediato é a principal crítica
de órgãos e institutos de defesa do consumidor. Eles alegam que se trata
de um retrocesso diante de direitos adquiridos, como o de ser
notificado 15 dias antes da suspensão do fornecimento. “Esse é um
serviço essencial e o corte imediato pode comprometer a saúde, a
segurança e o bem-estar, especialmente de uma parcela de consumidores
mais vulneráveis, que em outros países que oferecem o pré-pago são os
mais atraídos para ele. Entendemos que o interesse público não está
sendo preservado”, critica a assessora de projetos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Teresa Liporace.
A presidente da Associação Brasileira de
Procons, Gisela Viana de Souza, sugere que deve haver regras claras e
diferenciadas para consumidores supervulneráveis, como idosos e os de
baixa renda. O diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de
Energia Elétrica (Abradee), Marco Delgado, acredita que a própria
regulação pode evitar esse tipo de situação de corte imediato.
Em resposta às críticas, a Aneel afirmou
que é prerrogativa da distribuidora ofertar esse serviço. A agência
reguladora informa que abordará as críticas feitas ao projeto, em
consulta pública, através de uma nota técnica a ser ainda
disponibilizada. (De Agência)
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