MEC desconsidera redação e baixa desempenho do Rio no Enem

O Rio de Janeiro saiu do pelotão de elite do ensino brasileiro. Entre as 20 melhores escolas do Ensino Médio no país, apenas duas estão no estado.

O resultado poderia ter sido bem melhor — no ano passado eram nove —, mas o Ministério da Educação, deixou de fora a nota da redação para calcular a média geral das provas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), feito em 2011.

Com isso, o Colégio de São Bento que esteve em primeiro lugar no ano passado pela quarta vez, por exemplo, caiu para a 10ª posição, com 702,16. A liderança ficou com o Colégio Objetivo Integrado de São Paulo, que obteve 737,15 pontos, em escala de 0 a 1.000.
Foto: Alesssandro Costa / Agência O Dia
Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, alegou que excluiu a redação da conta que levou ao ranking porque sua correção usa critérios subjetivos | Foto: Alesssandro Costa / Agência O Dia

Na redação, o colégio católico carioca tirou 766,53, enquanto o cursinho paulistano ficou com 575,29, quase 200 pontos menos. O ministro Aloizio Mercadante alegou que excluiu a redação porque sua correção utiliza critérios “subjetivos”.

Entre as 100 escolas mais bem-colocadas no Enem, dez são públicas: duas estaduais e oito federais. No ranking das 10 mais, só uma é pública, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, que ficou no 8º lugar. Mais uma vez, alunos da rede estadual ficaram na lanterna do ensino público.

Entre as 100 instituições do estado do Rio com as menores médias, 96 são estaduais e 4 municipais.
>>Confira o ranking entre as escolas do Rio

Na lista das melhores escolas públicas, o primeiro lugar ficou novamente com o Colégio de Aplicação da Uerj, seguido pelo Colégio Pedro II (Niterói) e Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio (CAp/UFRJ).

Só foram divulgadas notas das 10.076 escolas em que houve adesão de pelo menos 50% dos alunos concluintes. Ano passado, a lista principal levava em conta as com 75% ou mais de adesão.

Texto é principal critério de ingresso em universidade

Apesar de descartada pelo MEC para elaborar o ranking das melhores escolas, a redação é o principal critério para seleção de alunos para ingresso em universidades.

Com peso triplo, ela também é eliminatória, se o aluno zerar a prova. O Ministério descartou a separação das notas em quatro grupos de acordo com o percentual de participação de alunos.

A medida, adotada em 2011, evitava que escolas selecionassem os melhores alunos para fazer a prova, como o Colégio Objetivo de S. Paulo.
>>Confira o ranking nacional de escolas
Para a supervisora pedagógica do tradicional Colégio de São Bento, no Centro do Rio — 1º colocado no ranking nacional de 2011 —, Maria Elisa Penna Firme Pedrosa, a decisão do MEC de excluir a redação da média final do Enem foi injusta.

O São Bento ficou na 10ª colocação. Sua posição mudaria se a nota de redação (766,53) fosse levada em conta. “Não poderia ficar de fora.

A nota de redação deveria ser considerada. O resultado, apesar de subjetivo, é a nota que vai dar oportunidade ou não do aluno ter acesso a uma universidade”, criticou Elisa.

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