Em
matéria assinada por Giacomo Galeazzi, o jornal italiano La Stampa indaga
se o informe sobre o chamado escândalo 'Vatileaks' será levado a público pela
comissão encarregada de analisar as denúncias sobre uma suposta trama de
corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano. Segundo o jornal, sabe-se
apenas que o papa agradecerá aos cardeais Julián Herranz, Jozef Tomko e
Salvatore De Giorgi pelo seu trabalho. Por outro lado, a Santa Sé nega que
o escândalo seja o motivo da renúncia de Bento XVI.
O
La Stampa diz que o papa deve se reunir no início da próxima semana com os três
cardeais da comissão de investigação sobre o caso 'Vatileaks' e pode suspender o
decreto pontifício que pesa sobre o informe dos cardeais para que seja
examinado na reunião do conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI.
O
documento elaborado pelos três cardeais que investigaram o caso confirma o que
Bento XVI denunciou na famosa meditação de Sexta-feira Santa de 2005.
Sobre
a denúncia feita pelo papa na quarta-feira de cinzas sobre a desfiguração da
Igreja, o cardeal Herranz disse: "Claro, as divisões existem e sempre
existirão, assim como as violentas contraposições de linhas ideológicas".
Segundo Herranz, o novo pontífice terá que seguir a linha traçada por seus
antecessores: dar a conhecer o Cristo, ensinar a amar a Cristo e evangelizar.
Nesta
quinta-feira, o jornal La Repubblica afirmou que o papa Bento XVI
decidiu renunciar após ter recebido um "informe ultrassecreto",
elaborado pelos três cardeais, em que é denunciada uma suposta trama de
corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano.
De
acordo com o jornal, em uma reportagem assinada pela jornalista Concita di
Gregorio, o relatório que foi encomendado por Bento XVI a três cardeais no ano
passado - o espanhol Julián Herranz, o eslovaco Jozef Tomko e o italiano
Salvatore De Giorgi -, após vazamentos de documentos confidenciais em um
escândalo que ficou conhecido como VatiLeaks, revela um sistema de "chantagens" internas baseado em
fraquezas sexuais e ambições pessoais no clero.
O
texto de 300 páginas, que se refere a um suposto "lobby gay" dentro
do Vaticano, foi entregue em dezembro ao pontífice, segundo a jornalista, que
não esclarece como teve acesso ao documento.
"Fantasias,
invenções, opiniões", retrucou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico
Lombardi, após advertir que não comentaria a reportagem e dizer que os cardeais
citados não aceitarão conceder entrevistas.
Com
o título "Não fornicarás, nem roubarás, os mandamentos violados no informe
que sacudiram o papa", o jornal sustenta que o ancião cardeal espanhol
Herranz, da ordem Opus Dei, ilustrou ao papa no dia 9 de outubro do ano
passado, os "assuntos mais escabrosos" do relatório, em particular a
existência de uma "rede transversal unida pela orientação sexual".
"Pela
primeira vez a palavra homossexualidade foi pronunciada no gabinete
papal", relata a jornalista.
O
"La Repubblica" sustenta que, durante oito meses, os cardeais
interrogaram muitos prelados e laicos, dividindo-os por congregação e nacionalidade,
e estabeleceram que existem vários grupos de pressão dentro do Vaticano, entre
eles um sujeito a chantagem, a "impropriam influentiam", por sua
homossexualidade.
Outro
grupo é especializado em montar e desmontar carreiras dentro da hierarquia
vaticana e outro ainda aproveita para usar recursos multimilionários para seus
próprios interesses à sombra da cúpula de São Pedro através do Banco do
Vaticano, segundo a publicação.
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