Exclusivo: Lóssio barra abate de bovinos no matadouro de Petrolina e marchantes prometem mobilização contra medida
A partir da próxima semana
(dia 15), o matadouro público de Petrolina não deve abater mais bovinos. A
determinação do prefeito Júlio Lóssio pegou de surpresa os marchantes da
cidade, que prometem uma mobilização forte a fim de evitar que isso aconteça.
Reunidos na manhã desta
quarta-feira (10), os marchantes formaram uma comissão e adiantaram ao Blog que
deverão entrar com uma liminar judicial nesta quinta (11) para tentar barrar a
medida.
De acordo com o comerciante
Franklin Alencar Parente, o prefeito quer que a partir de agora os animais sejam
levados para o matadouro de Juazeiro. O detalhe é que o estado da Bahia impõe
uma barreira sanitária, como medida contra a febre aftosa, em relação ao
rebanho bovino de Pernambuco, o que inviabiliza o abate dos animais.
Franklin adianta que a medida
vai prejudicar profundamente os marchantes de cidades da região como Afrânio,
Dormentes e Ouricuri, além do distrito de Rajada, que traziam os animais para o
matadouro de Petrolina. “Como não podemos levar o gado daqui para Juazeiro,
por conta da barreira, nossa preocupação é saber o que vamos fazer, porque
nossos fornecedores não são da Bahia”, explica.
Sem diálogo
Mas, do outro lado da ponta, o
consumidor final também deverá ser prejudicado com a decisão de Lóssio:
Primeiro, porque provavelmente pagará por uma carne mais cara. Depois, conforme
o comerciante, correrá o risco de consumir um produto de origem duvidosa. “A
Prefeitura de Petrolina está forçando um abate clandestino”, diz. Franklin
lamenta também que a cidade perderá receita, porque os poucos marchantes com
condições de negociarem em Juazeiro farão o dinheiro circular do outro lado do
rio.
Ele garante, ainda, que em
nenhum momento a categoria foi consultada sobre a decisão. “Ninguém
conversou com a gente. Só chegaram lá (no matadouro), bateram a portaria e nos
disseram que a partir de segunda-feira não tem abate”, informou Franklin,
acrescentando que os prejuízos financeiros para os marchantes poderão atingir
cerca de R$ 3 milhões.
O comerciante descartou que a
decisão de Lóssio tenha a ver com a atual estrutura do matadouro. Ele ressalta
que o local já esteve em condições bem piores, mas atualmente funciona a
contento. Prova disso é que o abate de ovinos e suínos não foi atingido pela
medida.
Privatização
Marchante há cinco anos,
Maciel Simão dos Santos lembra o fato de que as poucas chuvas ocorridas na
região estimularam os donos de rebanho de áreas atingidas pela estiagem a
investirem, gastando horrores com rações de milho e de algodão (conhecidas como
‘tortas’), cujos preços da saca mais que dobraram de preço. E no momento em que
têm a chance de ver algum lucro com o abate dos animais, a prefeitura põe tudo
a perder. “Gostaríamos de saber qual o interesse está por trás dessa medida”,
critica.
No primeiro mandato, o
prefeito tentou privatizar o matadouro, mas voltou atrás após pressão dos
marchantes. Desta vez eles acreditam que Lóssio, a partir desta medida,
pretende fechar o local para depois vendê-lo. A comissão de marchantes já
conseguiu o apoio dos quatro vereadores de oposição que integram a bancada do
PSL na Casa Plínio Amorim – Ronaldo Cancão, Edilsão, Adalberto Filho ‘Betão’ e
Pedro Fillipe. Em novembro de 2012 (um mês após ser reeleito nas urnas), Lóssio
enviou à Casa o projeto de lei n° 034, o qual prevê “a desafetação e alienação
de bem imóvel” (o matadouro), e que aguarda ser votado
(Fonte Blog Carlos Britto / X9 Noticias)
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