O grupo da ex-senadora Marina Silva — que luta para criar
um partido, a Rede Sustentabilidade — irá à Justiça contra o PL (Projeto de
Lei) 4470/12, aprovado na madrugada desta quinta-feira (18) pela Câmara dos
Deputados, que restringe o acesso de novas siglas ao fundo partidário e ao
tempo de TV.
Segundo André Lima, que exerce a coordenação jurídica da
Rede, o projeto aprovado "cerceia o pluripartidarismo e reduz o alcance do
princípio democrático da Constituição que diz que todos os partidos devem ser
tratados com isonomia. Vamos encontrar um jeito de entrar com uma ação de
inconstitucionalidade".
O PL, que ainda deve passar pela análise do Senado, foi
aprovado com 240 votos favoráveis e 30 contrários. Os deputados aprovaram
também uma emenda que diminui o tempo de propaganda eleitoral no rádio, que é
dividido igualmente entre os candidatos.
Isso reduz a porcentagem de tempo a que partidos sem
representação na Câmara ou que ainda vão ser criados têm direito.
Lima pretende basear a ação na decisão de 2012 do STF
(Supremo Tribunal Federal) que concedeu ao então nascituro PSD participação no
fundo partidário e no horário eleitoral proporcional ao tamanho de sua bancada
que se formava.
— Os argumentos e os fundamentos da decisão beneficiou o
PSD são praticamente os mesmos de agora, com a diferença de que no caso do PSD
não havia uma lei atrapalhando. No PSD, havia uma decisão do TSE [impedindo sua
participação]. No nosso caso, há uma necessidade de decisão no Supremo sobre
uma lei que é inconstitucional. Essa é a diferença, mas o fato é o mesmo.
Há, contudo, a chance de o projeto não prejudicar as
intenções do grupo da ex-ministra do Meio Ambiente.
Os parlamentares votarão na próxima terça-feira (23)
cinco sugestões de mudanças no texto do PL. Uma delas propõe que as novas
regras só valham a partir de 2015.
CNPJ
Apesar do baque com a aprovação do projeto na Câmara, a
Rede passou esta quinta comemorando que a 16ª Vara Federal lhe concedeu o
direito a um CNPJ próprio. Até então, havia uma norma da Receita Federal que impedia a concessão do registro a
partidos em formação.
A decisão permite que o futuro partido adote providências
legais para iniciar a arrecadação de recursos que viabilizem sua formação. Para
André Lima, a decisão ajuda a tornar transparente o processo de criação de
legendas no País:
— Ninguém pública em conta aberta de onde veio e como foi
usado o dinheiro de partidos que se formaram. E a Rede conseguiu esse direito
na justiça. Na prática, é um direito de que os partidos que nasçam daqui pra
frente possa usar essa primazia para nascer com transparência.
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