O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta
quinta-feira (11), em São Paulo, que o seu ministério é contra a diminuição da
maioridade penal. Segundo Cardozo, no seu entendimento, a redução é
inconstitucional. “A redução da maioridade penal não é possível, a meu ver,
pela Constituição Federal. O Ministério da Justiça tem uma posição contrária à
redução, inclusive porque é inconstitucional. Em relação a outras propostas, eu
vou me reservar o direito de analisá-las após o seu envio”, disse, após participar
esta tarde de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo
(Alesp) sobre programas federais de segurança.
A ideia de mudanças na maioridade penal foi proposta hoje
pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Ele declarou que pretende enviar
ao Congresso Nacional um projeto para tornar mais rígido o Estatuto da Criança
e do Adolescente. A proposta do governador é que adolescentes que tenham
cometido crimes e tenham completado 18 anos não fiquem mais na Fundação Casa. O
governador também defendeu penas maiores para os crimes graves ou reincidentes.
Alckmin se manifestou sobre o assunto ao ser perguntado
pelos jornalistas sobre a morte de um jovem em um assalto quando chegava ao
prédio onde morava, na zona leste da capital. O estudante Victor Hugo Deppman,
de 19 anos, foi morto na terça-feira (16). A polícia suspeita que o crime tenha
sido cometido por um adolescente de 17 anos.
O ministro da Justiça disse, em entrevista à imprensa,
que ainda pretende conhecer a proposta do governador de São Paulo sobre a
redução da maioridade penal. Ele também falou que não entende que o menor, que
cumpre pena, tenha que ser encaminhado para um presídio em vez da Fundação
Casa.
“Temos uma situação carcerária no Brasil que, vamos ser
sinceros, temos verdadeiras escolas de criminalidade em muitos presídios
brasileiros. Há exceções, mas temos situações carcerárias que faz com que
certos presos lá adentrem e, em vez de saírem de lá recuperados, saem
vinculados a organizações criminosas. Toda essa situação tem que ser
cuidadosamente pensada e analisada”, disse.
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