Meninos Birrentos: Audiência Publica sobre o Transporte Publico em Petrolina, não obteve grandes avanços


Discussões inflamadas – recheadas em certos momentos por conotações políticas – marcaram a audiência pública que abordou na manhã desta terça-feira (9) o sistema de transporte coletivo em Petrolina.

Por mais de cinco horas, as discussões trazidas a plenário trouxeram assuntos já conhecidos dos petrolinenses, a exemplo do sucateamento dos ônibus que circulam na área urbana da cidade.

A situação dos ex-funcionários das empresas Menina Morena e Vale do Sol, que ainda não receberam seus direitos trabalhistas, também foi mencionada pelo representante do Sindicato da categoria, Jaime Pessoa. Segundo ele, fica difícil alguma empresa do setor entrar em Petrolina diante do quadro que irá encontrar.

Único ponto de consenso entre os vereadores oposicionistas e governistas, a revisão da planilhas de custos das empresas de ônibus foi considerada crucial para um a tarifa ainda mais reduzida do setor. Atualmente o valor da passagem no perímetro urbano é de R$ 2,35, aprovado na semana passada pela Casa, por meio de um projeto enviado pelo prefeito Júlio Lóssio (PMDB).

Embates

Mas os embates durante a audiência foram muitos. Questões como a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), uma das plataformas de campanha de Lóssio, mereceu críticas duras dos oposicionistas, bem como as mudanças no trânsito do Centro da cidade e a urgência de uma licitação para a chegada de uma nova empresa de ônibus.

Visivelmente aborrecido, o governista Dr. Pérsio Antunes (PMDB) acabou trazendo questões políticas para o debate, ao lembrar que o atual vice-prefeito Guilherme Coelho, na sua segunda gestão à frente da prefeitura (1997-2000) modernizou o setor na cidade, enquanto seus adversários que o sucederam“nada fizeram”.
O vereador também comprou briga com representantes do Movimento ‘O Vale Acordou’, insinuando que alguns integrantes querem apenas desgastar politicamente a imagem da administração.
A declaração gerou vaias a Dr. Pérsio, o que levou o presidente da Casa, Osório Siqueira (PSB), a intervir. “Não vou permitir que o foco dessa discussão seja mudado”, desabafou.

Retirada

Presente à audiência, o deputado estadual e ex-prefeito Odacy Amorim (PT), que lembrou ter enfrentado pressões de empresários na sua gestão (2007/08) por tentar impor melhorias ao setor, disse que o momento não era de misturar questões políticas ao debate. Ele contou com o reforço de sua colega de partido e de Assembleia, Isabel Cristina, a qual afirmou que a discussão sobre “quem fez mais ou fez menos” de nada acrescentaria aos petrolinenses.
Munido de um calhamaço de documentos em duas malas, o diretor-presidente da Armup (Agência Reguladora do Município de Petrolina), Geraldo Júnior, fez uma longa explanação sobre mobilidade urbana – inclusive abordando a implantação VLT.

Mas o clima voltou a esquentar durante discurso do diretor-presidente da EPTTC, Daniel Ferreira. Ao comentar assuntos polêmicos de sua pasta, como as mudanças no tráfego da cidade, o líder de oposição Ronaldo Cancão (PSL) tentou lhe fazer um questionamento, mas foi impedido pelo presidente em exercício, Ibamar Fernandes (PRTB).

Revoltado, o líder da bancada decidiu abandonar a audiência, sendo seguido pelos colegas Adalberto Filho ‘Betão’ (PSL) e Manoel da Acosap (PHS). Representando Eduardo Campos (PSB), o secretário de Articulação Regional e Social, Aluísio Lessa, deve entregar ao governador um relatório do evento, que só foi encerrado na Casa por volta das 16h.

[f]Blog Carlos Britto

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