Feitos para proteger dados de espiões e sistemas de monitoramento,
o CriptoGOV e o cGOV devem estar prontos para uso nos próximos dias. Os novos
equipamentos foram apresentados no Planalto em 14 de agosto a representantes de
mais de 30 ministérios.
O sistema, muito mais simples que os existentes hoje, é uma
espécie de pen drive chamado de Plataforma Criptográfica Portátil (PCP), que
pode ser conectado em qualquer porta USB, acompanhado de um aplicativo. O
sistema cria áreas seguras no computador, em outro pen drive ou na própria
plataforma. Ali, os documentos que forem criados são automaticamente
criptografados. Com o cGOV, esses documentos podem ser transmitidos pela
internet também sob segurança.
Os técnicos da Abin acreditam que a facilidade de operação do
sistema permitirá que a presidente, ministros e outros servidores com acesso à
informações sensíveis passem a usar com mais frequência os sistema de
criptografia. Até o escândalo que revelou a espionagemamericana no Brasil, ministérios, a Presidência e empresas com
informações sensíveis tinham dificuldade de encarar o uso da proteção de dados
como necessidade primária.
A Abin criou há alguns anos telefones - fixos e móveis - com
transmissão criptografada que dificultam a decodificação de conversas
sigilosas. Dilma tem telefones fixos em sua sala no Planalto e no Alvorada. Tem
também um dos celulares criptografados. Outros ministros, como Gleisi Hoffmann
(Casa Civil), Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) e Celso Amorim
(Defesa) também possuem aparelhos fixos e móveis protegidos. Mas a maioria
revela certa dificuldade de usá-los.
Hábito
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, revelou que, apesar
de ter o celular seguro, a presidente quase nunca o usa. O ex-chanceler Antonio
Patriota usava o fixo mais para receber chamadas. Tinha o cuidado de, ao falar
de assuntos sensíveis, evitar seu próprio celular - variava entre os dos
assessores -, mas raramente carregava o seguro.
Amorim parece ser um dos únicos que têm o hábito de usar o
aparelho protegido. Mas conversas mais sensíveis com os comandantes das Forças
são feitas pessoalmente.
Depois da denúncia de que os EUA monitoravam as comunicações de
Dilma e assessores próximos, aumentou o interesse pelos equipamentos da Abin.
Eles devem começar a ser distribuídos nos próximos dias. Quase todos devem
receber tanto os telefones quanto os novos sistemas de codificação. Com a
criptografia, espiões podem até acessar e-mails ou telefonemas, mas conseguirão
ver e ouvir apenas ruídos e códigos.
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