Apesar de vivermos na era digital, em média
7,1 milhões dos brasileiros utilizam a internet wi-fi compartilhada
dos vizinhos. Ou seja, fazem um ‘gato’ para ter acesso à web. Os números são de
pesquisa do Instituto Data Popular, divulgada ontem, que considerou o universo
de aproximadamente 85 milhões de internautas no País.
O Tribunal Regional Federal (TRF) decidiu, na sexta-feira, que o comportamento de sinal não é crime. Em outras palavras, quando alguém contrata o serviço de internet e faz o uso sem fio, tem livre escolha para deixar a rede aberta ou colocar uma senha de acesso.
Segundo o consultor do Instituto Data Popular
Márcio Falcão, o número não impacta negativamente nas operadoras que oferecem o serviço. “As empresas que vendem banda
larga acabam vendo essas pessoas como potenciais consumidoras”, afirma.
O presidente da Teleco, consultoria
especializada em telecomunicações, Eduardo Tude,
compartilha da opinião. “Apesar de essas pessoas não comprarem o serviço, quem
está deixando a rede aberta compra.”
Porém, quem deixa o sinal aberto tem que
estar ciente que a ‘rapidez’ do acesso à web vai ser reduzida. “A banda larga
tem uma velocidade e, quanto mais pessoas se conectarem, mais esse número vai
ser dividido”, explicou o professor do curso de Engenharia de Computação do
Instituto Mauá de Tecnologia João Carlos Lopes Fernandes.
Fernandes também alerta que deixar a internet
acessível a qualquer um que quiser navegar sem pagar por isso pode comprometer
a segurança do usuário. “Qualquer pessoa que comprar um roteador, por exemplo,
consegue instalar a web com as instruções. A não ser que ela tenha uma
senha.Caso contrário, basta ter um smartphone ou notebook para conseguir ver as
redes disponíveis. Se for alguém mal-intecionado, pode usar a rede para roubar
dados pessoais de quem está cedendo o acesso.”
DADOS
De acordo com a pesquisa, a maioria das
pessoas que usam o sinal compartilhado está na classe C (10%). “A nova classe
média, além de ter valores de solidariedade, tem pacotes com a velocidade mais
elevada do que na classe baixa”, justifica Falcão. Ou seja, é um prato cheio
para os vizinhos com poder aquisitivo semelhante.
Na avaliação de Tude, esse percentual se deve
ao fato de que, “para ter acesso à internet, você precisa de um smartphone ou
computador, e isso é comum na classe média”.
Os jovens de 16 a 25 anos lideram a pesquisa em relação à faixa etária, com 21%. Já a região com mais pessoas que usam a rede compartilhada é o Sudeste, com 8%.
Os jovens de 16 a 25 anos lideram a pesquisa em relação à faixa etária, com 21%. Já a região com mais pessoas que usam a rede compartilhada é o Sudeste, com 8%.
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