O Superior Tribunal Federal (STF) pode
decidir, nesta quinta-feira, decretar a prisão dos réus condenados no
julgamento do mensalão. A
questão vai depender se os ministros vão aceitar mais um tipo de recurso que
culmina, na prática, com um novo julgamento para 11 dos 25 réus.
Primeiramente, a sessão de hoje deve analisar
os dois últimos pedidos de embargos declaratórios. Já foram debatidos 23
dos 25 recursos do tipo. Faltam os do ex-assessor do PP, João Claudio
Genu, e do advogado Rogério Tolentino, ligado ao publicitário Marcos Valério.
Terminada esta fase, os ministros vão
discutir se aceitam ou não os chamados embargos infringentes, recursos que
podem levar a um novo julgamento para 11 réus, cujas condenações ocorreram
com ao menos 4 votos contrários de ministros da Corte.
A situação atende a João Paulo Cunha, João
Cláudio Genu e Breno Fischberg (no crime de lavagem de dinheiro); José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos
Valério, Kátia Rabello, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e José Salgado (no de
formação de quadrilha).
Caso a corte defina que esse tipo de recurso
não é válido, a procuradora-geral interina da República, Helenita Caiado
Acioli, já disse que vai pedir a prisão imediata dos 11 condenados a regime fechado.
É provável, porém, que o Tribunal não declare
a prisão imediata, mesmo se os infringentes forem negados. No caso do deputado
Natan Donadon, por exemplo, o processo só foi dado como concluído - transitado
em julgado - após a segunda leva de embargos de declaração. Além disso, é
possível que Joaquim Barbosa, presidente do Supremo, opte por
esperar ao menos a publicação das decisões.
Recursos
Os ministros do STF se dividem quanto à
aceitação dos infringentes. O problema é que, embora este tipo de recurso
esteja previsto no Regimento Interno do STF, anterior à Constituição de 88, uma
lei de 1990 sobre o funcionamento de tribunais superiores não os prevê, o que
levou alguns ministros a interpretarem que eles não são mais possíveis.
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