A Câmara dos Deputados
concluiu nesta terça-feira (5), em segundo turno, a votação da proposta de
emenda à Constituição (PEC) que eleva de 70 para 75 anos a idade para a
aposentadoria compulsória de ministros de tribunais superiores e do Tribunal de
Contas da União (TCU), a chamada "PEC da Bengala". A matéria já havia
sido aprovada pelo Senado em dois turnos e ficou parada na Câmara por quase uma
década.
Com a conclusão da votação
em segundo turno, a proposta será promulgada pelo Congresso Nacional. A aprovação
foi concluída após a rejeição, por 350 votos contra 125 e 10 abstenções, de um
destaque do PT que retirava trecho do texto-base da PEC.
A nova regra de
aposentadoria compulsória serve para ministros do TCU, Supremo Tribunal Federal
(STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST)
e Superior Tribunal Militar (STM).
A aprovação da PEC
representa uma derrota ao governo, que é contrário ao texto porque vai tirar da
presidente Dilma Rousseff o direito de indicar cinco novos magistrados para o
STF até o final do seu segundo mandato.
Até 2018, cinco ministros
terão completado 70 anos: Celso de Mello (novembro de 2015); Marco Aurélio
Mello (julho de 2016); Ricardo Lewandowski (maio de 2018); Teori Zavascki
(agosto de 2018); e Rosa Weber (outubro de 2018).
Destaque
O destaque que começou a ser
discutido após a aprovação do texto-base, mas foi rejeitado, retirava do texto
da PEC o trecho que estabelece que os 75 anos valem para membros do Tribunal de
Contas da União e de tribunais superiores.
Na prática, caso o destaque
fosse aprovado, não seria especificado para quem a idade máxima para a
aposentadoria compulsória seria aplicada. Segundo o vice-líder do PT Alessandro
Molon, a aprovação do destaque exigiria que uma lei posterior regulamentasse a
aplicação da elevação da idade para a aposentadoria compulsória. A ideia,
segundo Molon, era estender para todo o funcionalismo público a idade de 75
anos.
Mudança na pauta
Mudança na pauta
A decisão de colocar a PEC
da Bengala em votação nesta terça surpreendeu parlamentares do PT. A previsão
era de que o plenário analisasse uma das medidas provisória do ajuste fiscal, a
MP 665, que endurece as regras de acesso ao seguro-desemprego.
No entanto, o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu
inverter a pauta e aproveitar o alto quórum de deputados em plenário para
votar a proposta de emenda à Constituição. Da tribuna da Casa, o vice-líder do
PT Alessandro Molon (RJ) criticou a PEC, com o argumento de que ela irá
“engessar” os tribunais superiores.
“Não há democracia estável e
madura que tenha prolongado o prazo de 70 anos. As democracias estáveis
caminham para colocar mandato. Um ministro do Supremo deveria ter um mandato
limitado a 10, 8 anos. Teremos um supremo congelado, engessado, sem ter ideias
novas”, afirmou,
Já o deputado Domingos Sávio
(PSDB-MG) defendeu que é preciso valorizar a experiência de magistrados que têm
mais de 70 anos. “É uma PEC que respeita a sabedoria de um homem e uma mulher
de 70 anos, em vez de declará-los imprestáveis. Quantos de vocês têm mais de 70
anos? Essa votação é suprapartidária, é a favor do Brasil”, disse. (fonte G1)
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