Proposta que institui a
política estadual de incentivo às mídias locais, regionais e produtores de
conteúdo de mídias digitais foi debatido em Audiência Pública da Comissão de
Justiça da Assembleia Legislativa, nessa terça-feira (16). De autoria do Deputado
Ricardo Costa (PMDB), o Projeto de Lei nº 2.164/2014 prevê a destinação do percentual não inferior a 5% daRECEITA
anual de
publicidade dos três Poderes de Pernambuco às mídias alternativas, para
divulgação de obras, anúncios, editais, programas, serviços e campanhas.

Presidente da Associação dos Blogueiros do Estado
de Pernambuco (AblogPE), Lissandro Nascimento chamou
a atenção para o papel da tecnologia na sociedade e cobrou a democratização da
comunicação: “Não podemos ficar à mercê de oligopólios e grandes corporações
midiáticas, que manipulam informações em favor de interesses políticos e
econômicos”, salientou. Sobre a constitucionalidade do Projeto ele foi
taxativo: “Este PL detém plena legalidade na medida em que democratiza a
destinação de recursos públicos já existentes nos orçamentos dos Poderes, sem
criar despesas, pelo contrário, assegura a economicidade do destino
publicitário destes recursos. Além do mais busca o reconhecimento do Poder
Público pernambucano a estas novas mídias que são estimuladoras da cidadania, a
exemplo do que já acontece no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro”, argumentou
Lissandro.
O presidente da Associação das Emissoras de Rádio e
Televisão, Cléo Niceas, se declarou favorável ao projeto de lei. “Contudo,
acredito que o investimento
deve estar relacionado à
competência de cada mídia em se vender. Estabelecer um percentual é ferir a
livre concorrência”, pontuou. O jornalista Ivan Moraes Filho, do Centro de
Cultura Luiz Freire, destacou que o projeto não é sobre o mercado, mas sobre um
direito humano. Ele ressaltou o papel dos blogs no
Interior do Estado. “As grandes mídias não têm dado conta de informar essas
cidades”, lembrou. A proposta também foi defendida por representantes do
Sinttel, além das associações de rádios comunitárias e integrantes do Fórum
Pernambucano da Comunicação (Fopecom), acompanhados por dezenas de blogueiros.
“A nossa proposta é institucionalizar as relações entre a mídia digital e o
Poder Público, inibindo a promiscuidade da destinação destes recursos”,
salientou Lúcio Cabral, vice-presidente da AblogPE.

Segundo o deputado Sílvio Costa Filho (PTB), talvez
a Casa não tenha competência jurídica para propor o projeto, por se tratar de
matéria financeira. “Sugiro que trabalhemos de forma conjunta para aprovar a
proposta”, destacou. “Precisamos estimular o trabalho que vem sendo realizado
com competência por esses veículos de comunicação. O projeto não criará nova
despesa. O objetivo é apenas mudar a distribuição do recurso”, afirmou Ricardo
Costa. Presidente da Comissão, a deputada Raquel Lyra (PSB) avaliou a proposta
como democratizante, mas que precisa ser melhor avaliada do ponto de vista da
constitucionalidade.
O Advogado da AblogPE, Jairo Medeiros, contestou
nesta Audiência o que considera um equívoco da interpretação do Projeto: “Se
fosse para criar despesa ficaria configurado a intromissão entre os Poderes.
Não é o caso! O que cabe interpretar na proposta é a condução do destino destas
verbas dentro de um orçamento público já autorizado pelo próprio Legislativo”,
ensinou. Em pleno acordo com o parecer jurídico de Medeiros, o Dep. Tony Gel
(PMDB) sentenciou que o projeto das mídias detém plena legalidade.
Ao final, Ricardo Costa se comprometeu em ampliar o
debate com os representantes do Governo do Estado durante o período em que a
Alepe entrará em recesso, além de solicitar um parecer jurídico mais completo
junto à Procuradoria da Casa Joaquim Nabuco a fim de avançar na tramitação do
PL 2164 neste próximo semestre. (fonte Ablogpe)
Conheça o PL na íntegra clique AQUI.
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