Para desespero de muitos e
alívio de outros, as polêmicas “cinquentinhas” serão, finalmente,
regulamentadas. Após uma lei publicada no Diário Oficial da União desta
sexta-feira (31), os ciclomotores comprados deverão sair da loja já emplacados,
assim como os carros e as motocicletas. Os condutores deverão
ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria A e o Certificado de
Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).
De acordo com o Departamento
Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), quem adquiriu veículos até essa
quinta (30) deverá apresentar a habilitação na categoria A e a nota fiscal do
veículo até que seja publicada uma resolução que determine os prazos para a
regulamentação deles. “A lei não pode retroagir para prejudicar ninguém”,
explica o diretor-presidente do órgão, Charles Ribeiro.
O gestor, no entanto, ressalta
que os documentos já deveriam ser apresentados antes da lei, o problema é que a
fiscalização não era eficiente. Agora, além da ação nos municípios, o Detran-PE
vai redobrar a atenção das operações Lei Seca e Trânsito Seguro
para as cinquentinhas.
A capital pernambucana,
Recife, tinha uma lei para regularizar a circulação das cinquentinhas desde
novembro de 2013, mas o processo se arrastava desde então e o registro nunca
foi verdadeiramente exigido. A cidade era a única na Região Metropolitana a ao
menos ter iniciado o procedimento – Jaboatão dos Guararapes e Olinda, por
exemplo, ainda estavam elaborando uma lei para ser encaminhada a votação na
Câmara Municipal. Caruaru, no Agreste, chegou a registrar três ciclomotores e
Petrolina, no Sertão, iniciou o cadastro, mas também sem sucesso.
Diante disso, o Detran-PE e os
departamentos dos outros estados pressionaram o órgão nacional, ligado ao
Ministério das Cidades, para que exercer força política para agilizar a
tramitação de um projeto de lei antigo que transferia a responsabilidade para o
âmbito estadual. O PL 13.154/15 foi aprovado no Senado na última quarta-feira
(29) e sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) no dia seguinte.
Na prática, o que muda é o
inciso 17 do artigo 24 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Esse ponto dizia
que compete aos municípios registrar e licenciar ciclomotores e veículos
propulsão humana e tração animal. Porém, a palavra “ciclomotores” foi retirada.
“Não tem sentido colocar ciclomotores no meio disso”, defende Ribeiro. Apenas a
fiscalização continuará sendo feita pelos municípios.
Para o Detran-PE, a medida
tornará o trânsito mais seguro. Ainda não há registros sobre o número de
acidentes envolvendo as cinquentinhas. Os motociclistas, categoria em que os pilotos
de ciclomotores estão agora, foram 75% das vítimas de acidentes no ano passado,
de acordo com a Secretaria da Saúde. Ao todo, o Estado gastou mais de R$ 1,2
bilhão com a recuperação dos feridos, o que equivale a R$ 230 mil por cada um
deles. (fonte: Ne10)
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