O governo anunciou nesta quarta-feira (22) que vai
diminuir o esforço para pagar os juros da dívida. Os investidores não gostaram
da medida porque, desse jeito, a dívida pública fica maior. Resultado: o dólar
subiu quase 2%.
O superávit primário, aquela economia que o governo faz
para pagar os juros da dívida, estava prometida em 1,13% do PIB, desde o início
do ano. Para explicar por que não vai conseguir fazer esta economia e anunciar
a nova meta, dois ministros: Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do
Planejamento.
A arrecadação caiu muito no primeiro semestre, quase 3%
menos do que o governo esperava. O governo também não conseguiu cortar despesas
no ritmo que pretendia. Não aprovou do jeito que queria, no Congresso, as
medidas de ajuste fiscal. Por causa disso, anunciou um novo objetivo. Em vez de
poupar R$ 66,3 bilhões, passa a ser de R$ 8,7 bilhões, 0,15% do PIB. O
orçamento que já tinha sofrido uma tesourada de quase R$ 70 bilhões, o maior
corte da história, vai ficar ainda menor. Quase R$ 9 bilhões a menos para o
governo tocar seus programas.
Chegar a esse número não foi fácil. A presidente Dilma
Rousseff e o ministro Joaquim Levy não queriam mexer na meta. Mas com pouco
dinheiro, que os ministros chamaram na entrevista de frustração da receita,
abaixo do que eles esperavam, não teve jeito.
“Uma reavaliação da meta não é uma indicação do abandono
do ajuste fiscal, ou de que está tudo resolvido, que agora é uma licença para
gastar. O governo ainda não está preparado para isso. Nosso compromisso, nossa
avaliação é de continuar a garantir a disciplina fiscal até pela necessidade de
estarmos atentos à dinâmica da dívida pública e outros fatores”, diz o ministro
da Fazenda Joaquim Levy.
E o projeto de
lei com os novos números tem uma novidade. Uma cláusula que permite que o
governo não cumpra a meta de superávit senão conseguir arrecadar tudo que
espera. Para fechar ao ano, o governo quer contar, por exemplo, com dinheiro de
concessões de serviços públicos. E até com taxas de uma eventual regularização
de ativos de brasileiros que estão no exterior.
Mais cedo,
nesta quarta (22), no discurso que fez em Piracicaba, no interior de São Paulo,
a presidente Dilma Rousseff deixou muito claro. O governo ia mesmo fazer um
novo ajuste nas suas contas.
“Hoje, nós
perseguimos o reequilíbrio das contas públicas, que é uma parte essencial para
que a economia se recupere.”, disse Dilma Rousseff. (fonte: g1)
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