A mãe que fugiu, no sábado, do Hospital de Faro, com o
filho recém-nascido no interior de uma carteira, entregou-se, quinta-feira à
noite, na mesma unidade hospitalar, acompanhada do bebê.
Mostrou-se arrependida e justificou a decisão de devolver
a criança com o medo que tinha de não conseguir prosseguir a sua atividade
profissional, dada a elevada exposição mediática a que ficou sujeita, depois de
uma imagem sua captada pela vídeo vigilância do hospital no momento da fuga ter
sido publicada pelo JN. Alexandra Patrício, 28 anos, trabalha com idosos e
crianças.
A jovem mãe entregou-se na portaria do Hospital de Faro
cerca das 23 horas, acompanhada do filho, que levara da unidade com apenas duas
horas de vida. Foi imediatamente levada para o serviço de Obstetrícia. De
acordo com a pediatra Maria Alfaro, "o bebê foi bem tratado pela mãe e
chegou em boas condições de saúde e de higiene". Apesar de ter perdido um
pouco de peso, o seu estado de saúde não é considerado grave.
O menino estava numa incubadora no Serviço de Medicina
Intensiva Neonatal e Pediátrica. Sofre de síndrome de abstinência neonatal
devido à toxicodependência da mãe, que consumiu drogas duras durante a gravidez
e no dia do parto. "Chorou muito e estava arrependida", acrescentou a
médica que assistiu ambos.
A jovem mãe fugira no sábado apenas duas horas depois de
dar à luz. Escondeu o filho recém-nascido numa carteira e camuflou com uma
toalha as marcas do cateter no braço. Saiu tranquilamente e sem levantar
suspeitas. A motivação da fuga pode ter estado relacionada com o medo de perder
a guarda do recém-nascido, tal como acontecera no início do mês com o filho
mais velho, de seis anos, internado no Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, por
suspeitas de maus-tratos e negligência.
Como o Hospital de Faro não tem o sistema de pulseiras eletrônicas, o alerta só foi dado quando se percebeu a ausência de ambos.
Questionado sobre se, em função deste caso, o hospital admite rever estas
práticas, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do
Algarve, Pedro Nunes, disse estar disponível para rever o que fosse necessário,
mas deixou claro: "Não vamos pôr a Polícia atrás de cada uma das
mães". Entretanto, ontem à noite já se encontravam no hospital elementos
da Polícia Judiciária.
Depois da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS)
ter já iniciado uma averiguação sobre o caso, a Entidade Reguladora da Saúde
(ERS) confirmou ter igualmente aberto um processo de averiguações. (com informações jn.pt)
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