Camargo Corrêa entrega detalhes de cartel para a construção de Angra 3




 
Depois de assinar um acordo de leniência, a Camargo Corrêa, funcionários e ex-funcionários entregaram registros de telefonemas e mensagens sobre reuniões em que empresas concorrentes teriam combinado o resultado de uma licitação para obras na usina nuclear de Angra 3 cujo valor chegava a R$ 3 bilhões.

As evidências já estão no Cade, que investiga a suspeita de cartel. “Nós vamos aprofundar a investigação. O que nós já temos no momento de fato indica um indício bastante forte desse cartel”, declarou o superintendente do Cade, Eduardo Frade Rodrigues.


De acordo com as investigações, as conversas começaram em 2011 e ficou combinado que um dos consórcios, o Una 3, formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC, apresentaria o preço mais baixo.

O outro consórcio, o Angra 3, que tinha Queiroz Galvão, EBE e Techint, apresentaria um preço maior. O Una 3 venceria os dois pacotes e  abriria mão de um deles em favor do consórcio Angra 3. E foi exatamente o que aconteceu.

O relatório do Cade  registra também uma troca de e-mails que sugere a participação de representantes da Eletronuclear no esquema: na mensagem está escrito que eles conversaram com o "cliente", que o Cade suspeita se tratar da Eletronuclear.

Há indícios de que até depois da licitação, na fase em que a Eletronuclear poderia pedir um desconto às empresas vencedoras, os concorrentes se articularam para evitar uma redução grande do preço. E conseguiram.(JG)

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