No Conselho de Segurança da ONU, diplomatas dos EUA, da
França e do Reino Unido criticam participação de Moscou no conflito sírio.
"Em vez de buscar a paz, Rússia e Assad fazem guerra", diz
embaixadora americana.
Os Estados
Unidos, a França
e o Reino Unido acusaram a Rússia
neste domingo (25) de piorar a carnificina na Síria, enquanto aviões
russos e do regime bombardeiam Aleppo. Uma solução diplomática pareceu bastante
improvável na reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada para
discutir a violência, que se intensificou desde o colapso de um cessar-fogo na
semana passada.
"O que a Rússia está patrocinando e fazendo não é
contraterrorismo, é barbárie", disse Samantha Power, embaixadora dos EUA
na ONU. "Em vez de buscar a paz, Rússia e Assad fazem guerra. Em vez de
fazer com que ajuda essencial chegue aos civis, Rússia e Assad estão bombardeado
comboios [humanitários], hospitais e socorristas que tentam desesperadamente
manter as pessoas vivas."
Os ministros do Exterior francês e britânico acusaram a
Rússia de crimes de guerra. "É difícil negar que a Rússia esteja numa
parceria com o regime sírio para cometer crimes de guerra", disse Matthew
Rycroft, embaixador britânico.
Moscou se defendeu. "Na Síria, centenas de grupos
armados estão sendo armados, o território do país está sendo bombardeado
indiscriminadamente e conseguir a paz é uma tarefa quase impossível agora por
causa disso", disse Vitaly Churkin, embaixador russo na ONU. Segundo ele,
a Frente al Nusra é a principal força que se encontra no leste de Aleppo,
controlado pelos rebeldes, e "os civis são um escudo humano para
eles".
Em protesto aos ataques em Aleppo, os diplomatas dos EUA,
da França e do Reino Unido
deixaram a câmara do Conselho de Segurança quando o embaixador sírio se
manifestou.
Ofensiva
"sem precedentes"
Capturar a área controlada pelos rebeldes em Aleppo, onde
mais de 250 mil civis estão sitiados, seria a maior vitória das forças de Assad
na guerra civil. Com o apoio da Rússia e do Irã, o regime sírio lançou uma nova
ofensiva contra os opositores na última quinta-feira.
Os Estados Unidos denunciaram no Conselho de Segurança da
ONU que aviões militares russos e sírios lançaram pelo menos 158 ataques aéreos
contra o leste de Aleppo nas últimas 72 horas, numa ofensiva "sem
precedentes".
Para Power, a ofensiva demonstra "que o regime de
Assad só acredita numa solução militar e que para ele não importa o que vai
restar da Síria após essa solução militar".
Power acusou Moscou de estar "abusando de seu
privilégio" de direito a veto no Conselho de Segurança da ONU para não
permitir ações mais firmes contra o regime de Assad pelo massacre que este está
realizando na Síria.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, desde a
última quinta-feira, quando o Exército sírio anunciou o início da operação no
leste de Aleppo, ao menos 124 pessoas, a maioria civis, foram mortas em
bombardeios sírios e russos.
Antes da reunião do Conselho de Segurança da ONU neste
domingo, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, condenou o que chamou de
"o mais contínuo e intenso bombardeio desde o início do conflito na Síria
[em 2011]".
Ban pediu que as potências mundiais "trabalhem mais
duro para pôr fim ao pesadelo" na Síria. Em cinco anos, a guerra civil já
deixou mais de 300 mil mortos e milhões de deslocados.(G1.com)
Reprodução da Notícia: Portal X9 Notícias
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