Extinção de obrigatoriedade da Educação Física é absurda e retira direitos dos jovens, afirma presidente do Confef
O presidente da Confef (Conselho Federal de Educação
Física), Jorge Steinhilber, classificou como “absurdo” o plano de reforma do
Ensino Médio anunciado pelo presidente da República Michel Temer nesta
quinta-feira (22/9). Por meio de uma Medida Provisória enviada ao Congresso
Nacional, que terá até 120 para ser aprovada pelas duas Casas legislativas, o
governo federal propôs a extinção da obrigatoriedade da Educação Física nesta
etapa da educação básica.
“É um absurdo o surgimento desta proposta em um país que
acabou de sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Esta MP tira o direito dos
jovens, garantido na Constituição Federal, de terem acesso aos esportes e
exercícios físicos”, afirmou Steinhilber, que também revelou que a Confef não
foi consultada sobre a reforma. “Os brasileiros estão cada vez mais obesos e o
combate contra este quadro depende do exercício físico. A questão não é só
sobre o esporte, é de saúde”, completou.
Dados de uma pesquisa feita por meio de uma parceria
entre Ministério da Saúde e pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio
de Janeiro) divulgados em julho apontam que 17,1% dos adolescentes brasileiros
de 12 a 17 anos estão com sobrepeso, enquanto 8,4% foram avaliados como obesos.
O estudo, que ouviu mais de 70 mil jovens de 1,2 mil
escolas em 124 municípios, revelou ainda uma tendência ao sedentarismo dos adolescentes,
apontando que ao menos 73,5% dos entrevistados afirmaram passar duas ou mais
horas por dia em frente às telas de televisão.
“O governo deveria procurar estimular cada vez mais as
atividades físicas, mas está fazendo justamente o contrário, desestimulando a
prática de exercícios na escola. Inúmeros estudos demonstram que a atividade
física também melhora o aprendizado dos alunos em outras matérias, dentro de
sala de aula. Nós estamos contra esta medida e vamos fazer tudo que estiver ao
nosso alcance e até mesmo fora do nosso alcance para garantir o direito das
crianças”, disse o presidente da Confef.
Steinhilber ressaltou, no entanto, ter convicção que o
fim da obrigatoriedade da Educação Física no Ensino Médio será revertida no
Congresso Nacional. Ele revelou que já foi contatado pelo deputado federal João
Derly (Rede-RS), que declarou que vai trabalhar contra a medida na Câmara.
Em dezembro do ano passado, a Confef conseguiu impedir o
avanço de uma proposta do CNE (Conselho Nacional de Educação) que pretendia
reformar os cursos superiores de Educação Física e extinguir a modalidade
“bacharelado” do currículo nas universidades. Com isso, os alunos só poderiam
fazer a licenciatura, o que os habilita, justamente, para atuar como
professores na educação básica.
“É preciso esclarecer que nossa posição não é uma defesa
corporativista da nossa classe. Nós queremos defender uma formação de qualidade
e integral para os jovens e não permitir que seus direitos sejam retirados”,
concluiu Steinhilber. (fonte: Painel
acadêmico).
Reprodução da Notícia: Portal X9 Notícias
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