Foi a oração de Leão XIV, no domingo (15/06) no Angelus, que despertou a atenção internacional para um conflito sobre o qual, há muito tempo, os holofotes se apagaram: o do Sudão, devastado por “mais de dois anos” de guerra entre o exército de Cartum e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (Rsf). Foi precisamente essa violência e o clima de insegurança que permeia todo o país africano desde 15 de abril de 2023 que vitimou o Pe. Luke
Jumu, pároco de El Fasher, morto por um bombardeio, lembrou o Papa, rezando pelo sacerdote e por todas as vítimas do conflito e invocando que cessem os combates, que se proteja e ajude a população e que se inicie um diálogo de paz.O alarme dado pelos bispos
Nos últimos dias, foi a agência de notícias Aci Africa que divulgou as primeiras notícias de um ataque que atingiu a casa onde o Pe. Luke residia, ocorrido em 12 de junho na capital do estado de Darfur do Norte. A notícia foi comunicada pelo bispo de El Obeid, dom Yunan Tombe Trille Kuku Andali, que avisou outro prelado, dom Eduardo Hiiboro Kussala, da diocese sul-sudanesa de Tombura-Yambio: naquele momento, porém, falava-se de um ataque em que o sacerdote havia ficado “gravemente ferido”.
A região de Darfur
El Fashir é o último reduto do exército em Darfur, onde está em curso uma ofensiva dos paramilitares que controlam grande parte da vasta região ocidental do país. Nos arredores da cidade fica também o grande campo de refugiados de Zamzam, de onde pelo menos 400 mil pessoas fugiram devido a repetidos ataques atribuídos à Rsf. Agora, de acordo com várias ONGs, ele teria se tornado uma base para as operações dos paramilitares.
As contradições do país: ouro e pobreza
A guerra no Sudão, em um balanço difícil de verificar no terreno, causou dezenas de milhares de mortes e mais de 13 milhões de refugiados, levando grande parte do país à fome e favorecendo uma perigosa epidemia de cólera. Com o conflito, o terceiro maior produtor de ouro da África viu sua população mergulhar na pobreza: de acordo com um relatório recente do Banco Mundial, em 2024, 71% dos habitantes viviam com menos de US$ 2,15 por dia (1,75 euros), contra 33% em 2022. Também tiveram impacto os danos causados pelas operações bélicas ao setor agrícola, tradicionalmente vital para o país.
Fonte: Vaticannews.va
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